Vivendo intensamente...

Diário de bordo do mundo da Fernanda Micky.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Tranceland Festival - Argentina

O mini festival mais esperado da viagem:


(O ônibus não estava ali atoa)


Com barraca, comidinhas e bebidas prontas, fomos encontrar os amigos brasileiros da Nanda para pegar o transfer para o mini festival.
Chegamos na praça onde marcaram o encontro e tinham poucas pessoas esperando, sentamos na grama e ficamos esperando alguma movimentação de alguém responsável chegar...mas não chegou.
Do outro lado da rua, um ônibus laranja, bem antigo, cheguei a brincar que aquele devia ser o transfer, não deu outra.
Um argentino se movimentou para que pudêssemos ir embora para festa, ele ligou para a produção e descobrimos que ninguém viria nos buscar. Então ele convenceu o motorista de nos levar, mesmo sem saber o caminho. Paramos em uma locutório (um misto de lan house com venda da esquina) para ele imprimir o mapa.
Eramos poucos na nave espacial, umas 15 pessoas no máximo, a maioria casais.
Pegamos um pouco de trânsito na estrada, não iria ser longe, no máximo 60 km da cidade.
O mesmo rapaz que antes agilizou tudo, também nos ofereceu algumas balas mágicas e parecia entender bem do assunto.

(Dentro da nave na auto estrada para o festival)

Eu fui apenas apreciando a noite caindo em Buenos Aires, ouvindo New Model Army como sempre, para evitar um ataque de pânico no ônibus tomei logo dois rivotril e fui tranquila.
Nos perdemos somente na entrada para a estrada de terra, ficamos um tempo parados sem saber para onde ir, o motorista querendo desistir,  mas lá ao fundo era possível ver as luzes da festa.
Chegamos ao nosso destino, todos ansiosos para descer do ônibus e entrar no local, onde na portaria tinham três seguranças que nos fizeram somente a seguinte pergunta: " Trouxeram repelente? Se não, cuidado para não ser carregados pelos mosquitos! ".
E eles estavam certos.
(Os brasileiros perdidos na rave perdida da Argentina)

Uma revista rápida em nossas mochilas e entramos.
Já era noite, usamos lanternas para chegar até um lugar onde dava para montar uma barraca de camping, escolhemos uma árvore e a Nanda com a ajuda dos meninos armou rapidamente a nossa barraca, onde colocamos nossas mochilas, coloquei meu saco de dormir e um cadeado com senha.
Antes de ir para a pista que ficava uns 50 metros da barraca, uma passagem rápida no banheiro que era químico e logo pensei: " - Mais tarde isso vai ta um nojo! ". Mas não foi tão ruim assim.
Fui comprar uma cerveja e para a minha surpresa era necessário comprar um copo de plástico mais resistente que o normal, porém enorme que custava $ 2 pesos e toda vez que fosse comprar cerveja teria que leva-lo ou iria ter que comprar outro.
A cerveja de 916 ml era colocada inteira nesse copo.
Custo da cerveja $ 30 pesos a mais barata.
Bom, como estava frio, achei válido e na verdade não tinha outro jeito, já que não bebo outra coisa.

(A volta do bar com o meu super copo) 

Ok, cerveja na mão, hora de ir para pista.
Não estava muito cheio, era tranquilo andar pela pista, o palco e a projeção a noite tinha um ar simples, porém bem psicodélico.
Câmera na mão, hora de tirar fotos, o Ninad do Yagé estava tocando, ele me reconheceu quando me aproximei do palco para fotografa-lo.

(Ninad dando um sorriso de reconhecimento e surpreso por me ver lá na sua terra)


Eramos quatros brasileiros, felizes e contentes, pulando e sorrindo: Marcelo, Nanda, eu e mais um menino muito gente boa o qual não me recordo o nome agora.
Logo eramos um grupo misturado de argentinos, chilenos e brasileiros.
A energia era mágica, todos conectados, apenas sorrisos e abraços, com muita vontade de dançar e aproveitar cada segundo daquele lugar.

(Pista vibrando junto, coisa linda de se ver)

Algumas das atrações eram DJs brasileiros, ficamos felizes por ver eles tocando.
Encontrei o Gustavo, o qual tive alguns papos via facebook para acompanhar a ideia do Festival, sem querer ele estava do meu lado na pista e foi engraçado, ele tocou no inicio da manhã.

(Já no abraço com o Ninad e mais brasileiros)

Só teve um momento que me recolhi na barraca para descansar e sai para ver o amanhecer, que foi espetacular, deu para ter uma noção do local, um haras, todo verde e bem aberto, ficou bem frio de manhã.
Algumas empanadas geladas e uma coca-cola para começar o dia, papos na porta da barraca, deixamos tudo pronto para aproveitar até o ônibus sair a caminho de Buenos Aires novamente o que não tínhamos ideia de quando seria exatamente.

A alegria e energia dos jovens argentinos, que estavam ali com tanto amor ao seus amigos, sendo simpáticos e hospitaleiros conosco, foi gratificante.
E o fato de ter poucas pessoas ajudou a absorver melhor essa energia.
Eles se preocuparam com o coletivo, mesmo com o seu jeito egoísta.
Os que ficaram com a gente, sempre curiosos querendo saber sobre o Brasil, ajudando a cuidar das nossas coisas, da nossa segurança, para que ninguém fosse ferido recolhiam o lixo e avisavam sobre alguma pedra no caminho.
Ofereciam água e diziam que mesmo com frio era preciso se hidratar.
Os abraços coletivos, as danças conjuntas, tudo muito leve e bonito.
Voltei com aquela sensação de querer mais, o evento continuou até a noite, mas eu tinha voo no dia seguinte. E foi uma pena que não fui para todos os dias. Mas o que vivi lá, valeu apena...

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(Amanhecer no festival visto da barraca)

(Palco com a projeção)



(Anjo da grama, menina largada curtindo seu momento)

(completamente identificada)


De volta a cidade de pedra, cheguei em Buenos Aires.


A última conexão na cidade portenha:




O Aeroparque pra variar sempre lotado e ainda em obras, com seus mal humorados trabalhadores portenhos.
Fui primeiro em uma " Lan house" para pegar o endereço da Fernanda Nunes no Facebook, $15 pesos.
Tive que fazer mais um câmbio para pegar o táxi e estava bem ruim, troquei 100 reais: $ 220 pesos.
Fiquei na dúvida em ir de ônibus, então passei no ponto de informações turísticas e acabei descobrindo que seria difícil chegar lá de ônibus, optei em pegar um remi em uma operadora.
Fui muito bem atendida até, e o carro era novo e não velho como na última vez. O motorista até brincou com o peso da minha mala.
Um pouco de trânsito e quase nenhuma conversa no carro. Aliás o motorista ficou bem chateado quando eu abri o vidro para comprar um buquê de rosas com um homem que vendia enquanto o sinal estava fechado.
Disse que era perigoso e que muitas pessoas são assaltadas assim, mas não vi perigo no momento.
Cheguei na porta do prédio da Nanda, total da viagem: $ 80 pesos.
Ela e eu nunca nos vimos antes, eu estava meio ansiosa, mas ela desceu para me ajudar com a bagagem e eu entreguei a ela o buquê e recebi um bom abraço da minha Xará.
O apartamento dela é dividido com outros brasileiros, sendo mais três mulheres, a arretada Rose, a linda guria Cris e a Baiana Nati, para completar o grupo o impagável baiano Denis. A Nanda também completa o time baiano da casa.
Fui muito bem recebida, a noite eles fizeram uma social com cerveja, um empadão de frango maravilhoso,  muita dança e risadas.




Descobri um esquema ótimo para trocar pesos com outros brasileiros que estudam no país, a cotação foi ótima.
O Bairro que eles moram é um bairro judeu, o tempo todo era possível ver os velhos e novos ortodoxos com a sua prole a tira colo.
Infelizmente não pude tirar muitas fotos, com medo de andar na rua com a câmera. Ultimamente Buenos Aires passa por uma das piores crises do país, a inflação tem criado diversos problemas e um deles é a violência, todos eles tinham uma história chata de assalto, furto, roubo, para contar.
Como era a minha terceira vez em Buenos Aires, já não tinha muita coisa pra ver de novo, mas fui novamente a feira da Recoleta para fazer umas comprinhas. Fico louca com a quantidade de coisa linda, principalmente as jóias de prata e todos os tipos de artesanato que é vendido, mas os preços não estavam muito atraentes.
Comprei perfumes e cordões de prata com a pedra rosada que só existe na Argentina para as minhas irmãs e minha mãe.
Fui a um Pub com eles onde comemoramos o aniversário da Cris, se eu não me engano se chamava Alamo.
O local tem três andares e fica cheio em todos ambientes, com um happy hours onde a cerveja só é de graça até as 20h para a mulherada.
A entrada é paga, acho que foi $20 pesos.
Cada vez que eu ia ao banheiro era uma festa e finalmente eu me senti bem recebida em Buenos Aires. Conheci alguns meninos bem simpáticos e a música era boa.


Mas eu não estava em Buenos Aires para beber ou fazer compras, o objetivo era ir para o Festival Tranceland, estava ansiosa por isso...